O uso das novas tecnologias na sala de aula é a grande estratégia do momento.
Encarar com naturalidade a rapidez da tecnologia no mundo atual nem sempre é tarefa fácil para muitos, principalmente para alguns professores. É inegável que o uso dos instrumentos tecnológicos é de extrema importância no cotidiano dos alunos, mas, como deve ser o ambiente ideal para atender aos anseios desses “estudantes digitais” e como o professor deve se adequar às mudanças constantes desse veículo?
Hoje, diversas instituições e profissionais já buscam se atualizarem e inovarem suas formas de passar o conhecimento. O uso de celulares na sala de aula é um bom exemplo. Porém, a abordagem ainda é bastante polêmica e discutida entre pais, professores, alunos, coordenação e direção.
A educadora Solange Monteiro criadora do projeto Torpedário: o celular na sala de aula é uma das que defendem o uso do celular. Adepta da didática, sua principal proposta é desenvolver o senso crítico dos alunos e estimulá-los ao universo da discussão e da escrita digital. A partir daí, a educadora elabora regras para o uso do celular na sala de aula o que, ao invés de gerar problemas, torna-se um importante instrumento pedagógico e ótimo atrativo para suas aulas.
Tudo começou, quando a professora elaborou uma pesquisa na sala de aula. Solange pediu aos alunos que elaborassem torpedos tendo a temática da pesquisa como conteúdo das mensagens e que trocassem entre si na sala de aula. Lidas para toda a classe os alunos falavam quem tinha mandado a informação para seus celulares e faziam uma análise do conteúdo. A idéia foi muito bem aceita pelos estudantes e gerou várias discussões, o que fez inclusive, outros professores aderirem à didática. “Esse tipo de iniciativa além de ser inovadora incentiva a troca do saber e ajuda a muitos profissionais a estarem mais por dentro do mundo tecnológico, universo esse que nem sempre fez parte de nossas vidas”, acredita Solange.
Em artigo publicado pela Folha Digital, o educador australiano Greg Butler, diretor mundial de Programas Educacionais da Microsoft, acredita que o modelo da escola atual, nem sempre privilegia o saber anterior do aluno.”O aluno de hoje não é o mesmo de 30 anos atrás. Ele tem acesso a diferentes recursos tecnológicos e um mundo de informações pela internet. O professor precisa aceitar que vivemos em uma sociedade diferente. Mais do que nunca, ele deve atuar como um facilitador de ensino em sintonia com as necessidades reais de seus alunos” afirma.
Para ele, os recursos modernos devem ser integrados as atividades pedagógicas das escolas, pois muitas delas criam barreiras com relação a essas inovações. “O que acontece hoje é que muitos alunos estão frustrados com os obstáculos que encontram na escola com relação às inovações tecnológicas”, analisa.
Segundo estudo da Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (Ritla), o uso da tecnologia nas escolas é importante, mas, pode reforçar a exclusão digital e reproduzir as desigualdades no país. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), em 2006, apenas 80% dos estudantes de escola particular (incluindo ensino superior) acessavam a internet na instituição de ensino. O percentual, porém, é menor para alunos de escolas públicas. Apenas 25% dos alunos das instituições públicas, têm acesso à rede.
É importante abrir os olhos para qualquer forma de ensino. A tecnologia não foi criada para atrapalhar a vida do docente e discente, mas, para ser uma ferramenta de apoio a ambos. Criar estratégias pedagógicas utilizando-se dos recursos tecnológicos, hoje é a melhor alternativa para atingir resultados satisfatórios na educação.
Fonte: http://alfarrabistas.wordpress.com/2008/06/18/instrumento-da-pedagogia/